domingo, 27 de junho de 2010

A ascensão de Hitler e os regimes totalitários



Em Berlim, 30 de janeiro de 1933. O ex-marechal-de-campo Hindenberg, presidente do Reich, nomeia Hitler para o posto de chanceler. É o início da sua ascensão ao poder total.Em Nuremberg, 4 de setembro de 1934. Congresso anual do Partido Trabalhista Social Nacional Alemão, mais conhecido como Partido Nazi. Aos 45 anos, Adolf Hitler, líder do Partido Nazi , tem poder quase absoluto. Discursando da plataforma, mobiliza quinhentos mil correligionários frenéticos. A ideologia do Partido Nazi é populista, nacionalista, extremamente racista e imperialista. Os alemães consideram-se os representantes puros da raça ariana. As intenções do partido são explicitamente declaradas por Hitler no seu livro Mein Kampf, publicado em 1924. Na década de 1930, a Alemanha, arrasada pelas perdas da Primeira Guerra Mundial, sofre uma profunda depressão econômica e uma grave crise de desemprego. Quem aparece para salvar o país é Hitler. Ainda existem registros sobre os acontecimentos desta época. São trechos do filme "Triunfo da Vontade", da propagandista Leni Riefenstahl. Embora Leni nunca tenha pertencido ao Partido Nazi, fez dois filmes sobre seus importantes congressos. São filmes longos, cansativos e impopulares, mas oferecem algumas imagens inesquecíveis.Hitler acaba com o desemprego na Alemanha através de um maciço programa de militarização. Todo o país dedica-se a fabricar armas e a se preparar para a guerra. Fora da Alemanha, Hitler não é levado muito a sério, embora ele afirme que está determinado a reerguer a Alemanha.O instinto de propaganda de Hitler, sua busca incessante pelo poder absoluto e sua capacidade de manipular as multidões fazem dele quase um génio. O povo germânico aceita-o por completo, e os que resistem tornam-se bodes expiatórios. Dentre os maiores inimigos dos nazistas estão os comunistas, os intelectuais, os ciganos, os homossexuais e, sobretudo os judeus, "culpados" de todos os males do país. Logo a Alemanha entra no militarismo e fascismo. Tudo na vida é impregnado da ideologia racista e teorias simplistas. Milhares de pessoas que se opõem ao regime ou são suas vítimas potenciais ou fogem do país. Muitos refugiam-se nos Estados Unidos, inclusive o grande físico Albert Einstein. Inevitavelmente a Alemanha entra na guerra, com trágicas consequências. Mais de seis milhões de pessoas, na maioria judeus, são assassinadas em massa nos campos de concentração nazis. A Alemanha é devastada e Hitler comete suicídio.

Em 1945, Hitler declarara que o Terceiro Reich duraria mil anos e governaria o mundo. Mas, em apenas dez anos, a barbárie e o nacionalismo fanático do regime nazi levam a Alemanha à ruína.
Com o fim da Primeira Guerra Mundial, a Europa teve de enfrentar uma de suas piores crises econômicas. O uso do território europeu como principal palco de batalha acarretou na redução dos setores produtivos e inseriu a população de todo continente em um delicado período de pobreza e miséria. Além dos problemas de ordem material, os efeitos da Grande Guerra também incidiram de forma direta nos movimentos políticos e ideologias daquelaComo seria possível retirar a Europa daquela crise? Essa era uma questão que preocupava a população como um todo e, com isso, diversas repostas começaram a surgir. Em um primeiro momento, a ajuda financeira concedida pelos Estados Unidos seria uma das soluções para aquela imensa crise. No entanto, as esperanças de renovação sustentadas pelo desenvolvimento do capitalismo norte-americano foram completamente frustradas com a crise de 1929. Dessa maneira, a sociedade européia se mostrava completamente desamparada com relação ao seu futuro. As doutrinas liberais e capitalistas haviam entrado em total descrédito mediante sucessivos episódios de fracasso e indefinição. Paralelamente, socialistas e comunistas – principalmente após a Revolução Russa de 1917 – tentavam mobilizar a classe trabalhadora em diversos países para que novos levantes populares viessem a tomar o poder. A crise, somada às possibilidades de novas revoluções populares, fez com que muitos vislumbrassem uma nova onda de instabilidade. Foi nesse momento em que novos partidos afastados do ideário liberal e contrários aos ideais de esquerda começaram a ganhar força política. De forma geral, tais partidos tentavam solucionar a crise com a instalação de um governo forte, centralizado e apoiado por sentimento nacionalista exacerbado. Apresentando essa perspectiva com ares de renovação, tais partidos conseguiram se aproximar dos trabalhadores, profissionais liberais e integrantes da burguesia. A partir de então, alguns governos começaram a presenciar a ascensão de regimes totalitários que, por meio de golpe ou o apoio de setores influentes, passaram a controlar o Estado. Observamos dessa forma o abandono às liberdades políticas e ideológicas sendo enfraquecidas pelo apelo e a coesão requeridas por governo de caráter autoritário. Na Itália e Alemanha, países profundamente afetados pela crise, o nazismo e o fascismo ascenderam ao poder sob a liderança de Benito Mussolini e Adolf Hitler, respectivamente. Na Península Ibérica, golpes políticos engendrados por setores militares e apoiados pela burguesia deram início ao franquismo, na Espanha, e ao salazarismo, em Portugal. Em outras regiões da Europa a experiência totalitária também chegou ao poder pregando o fim das liberdades civis e a constituição de governos autoritários. Na grande maioria dos casos, a derrocada do nazi-fascismo após a Segunda Guerra Mundial, serviu para que esses grupos extremistas fossem banidos do poder com o amplo apoio dos grupos simpáticos à reconstrução da democracia e dos direitos civis. época.

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